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É comum que grandes e médias empresas contratem hoje serviços de consultoria e treinamentos. Com isso, elas pretendem identificar falhas e “otimizar resultados”, como dizem no jargão da área.

Eduardo Ferraz, consultor em Gestão de Pessoas da In Company, explica que se incomodava com as fórmulas prontas que prometiam resultados iguais para as empresas com funcionários de perfis diferentes. Ferraz estudou ainda a aplicação da neurociência e da psicologia no dia a dia das pessoas e empresas. A partir dessas pesquisas e inquietações, decidiu escrever o livro Por que a gente é do jeito que a gente é?

Com base nas teorias de Abraham Maslow, psicólogo americano que defendia que que todo ser humano tinha cinco motivadores pessoais, Ferraz montou um pensamento direcionando para o mercado.

A adaptação do pensamento levou à conclusão que as empresas teriam quatro moedas de troca, no que se refere à motivação dos colaboradores: dinheiro, status/reconhecimento, segurança/conforto e aprendizado. “Uma pessoa equilibrada teria 25% de proporção para cada motivador, mas cada indivíduo tem necessidades diferentes”, diz.

SERVIÇO

Livro Por que a gente é do jeito que a gente é?

Autor: Eduardo Ferraz

Editora Gente

SAIBA MAIS

Encontre sua própria fórmula

O consultor alerta que as empresas devem contratar de acordo com seus objetivos e fórmulas. Se você entrou em uma empresa com uma fórmula muito diferente da sua, você não vai conseguir ficar lá por muito tempo ou a empresa não vai ficar com você. “A empresa que sabe qual fórmula tem a oferecer será muito mais objetiva na seleção das pessoas e contratará funcionários que pensam parecido”, explica.

FONTE: artigo publicado no jornal O Povo – Al – em 12/12/2010, e também no site: http://www.opovo.com.br/app/opovo/empregos/2010/12/11/noticiaempregosjornal,2075790/existe-formula-para-a-motivacao.shtml

 

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Capacitações, diplomas no exterior, línguas estrangeiras faladas e escritas com fluência no currículo. Tudo isso é importante na hora da contratação e até determinante se o cargo exige tais competências. Mas, hoje, os empregadores não se limitam a esses critérios ao escolher um profissional: eles prezam e veem como essencial o comportamento dos candidatos. Avaliam a capacidade de comunicação, de interação e de se relacionar antes de bater o martelo. Porém, mesmo depois de superar o crivo de uma seleção, os fatores emocionais ainda podem fazer o selecionado perder o emprego. Segundo pesquisa realizada pela Catho, os principais fatores que levam à demissão estão relacionados ao mau comportamento dos funcionários.

O levantamento aponta que três das cinco principais razões para demissão estão relacionadas com características pessoais dos empregados. Não ter bom relacionamento com a equipe, por exemplo, foi apontado por 17,8% dos 12.122 profissionais de empresas privadas em todo o país entrevistados como motivo de demissões. Já a falta de dinamismo corresponde a 3% e a inaptidão para a liderança, a 11,3%. Para o consultor em gestão de pessoas e autor do livro Por que a gente é do jeito que a gente é?, Eduardo Ferraz, isso acontece porque as organizações contratam pelo currículo, mas dispensam pelas atitudes. “A gente vê indivíduos com currículos brilhantes que são demitidos entre três e seis meses nas empresas”, pontua.

Isso pode acontecer por causa de diversas posturas adotadas pelos trabalhadores. As mais recorrentes estão ligadas à arrogância e ao individualismo (veja quadro). O empresário Fernando Lott, 27 anos, sentiu isso na pele. Quando comprou seu restaurante, optou por manter alguns funcionários, entre eles a cozinheira. Logo no início, solicitou que ela usasse uniforme, sapato fechado, touca, luva e outros itens de higiene exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ela, porém, se recusava a fazê-lo com frequência.

Por ver a boa atuação da funcionária, Fernando tentou manter a situação por um tempo punindo-a apenas com uma advertência. Mas acabou virando motivo de chacota dos outros empregados e se sentiu sem autoridade e desmoralizado. Dois meses depois, o empresário percebeu que a falta de limites da então funcionária também se revelava pelo humor alterado e pelo comportamento inadequado. “Ela trabalhava muito bem, mas tinha que cumprir as regras de higiene básicas. Além disso, reagia a tudo que eu falava e começou a passar o mau humor para os alimentos e para os outros funcionários. Foi inevitável: tive que demiti-la”, conta Fernando Lott.

Para Eduardo Ferraz, pessoas que agem dessa maneira se acham superiores às outras e não exercem a colaboração em seus departamentos porque têm pouca inteligência emocional. “Geralmente, quem compromete o cargo por atitudes fora dos padrões aceitos pelo mercado não tem consciência do próprio comportamento e não consegue avaliar os impactos que suas atitudes causam nos demais. Como consequência, costuma ser egocêntrico, lidar mal com o estresse, ter baixa tolerância e frustrações”, lembra o especialista. “Já vi trainees entrarem em uma reunião e dizerem que não fariam uma ata porque não faziam serviço de secretária”, complementa Eduardo Ferraz.

O perfil reativo da ex-funcionária de Fernando Lott é outro ponto que gera insatisfação nos contratantes. São pessoas que não sabem receber críticas sem rechaçar e interpretam feedback como perseguição. “Quem tem o hábito de criar resistências e fofocas internas acaba desestimulando e contaminando a equipe, interferindo até na produtividade”, analisa a diretora do Grupo Labor, Márcia Garcia. Práticas que, unidas, resultam na falta de profissionalismo e até na dispersão do próprio funcionário, que pode ficar agressivo e deixar de cumprir prazos.

MAU COMPORTAMENTO

Conheça quais são os principais fatores de demissão em empresas privadas:

» Arrogância: dificilmente uma empresa mantém um funcionário que não aceita a opinião dos outros e que tem como máxima o seu próprio pensamento

» Individualismo: trabalhar em equipe se tornou uma prática de sucesso dentro das organizações. Quem não consegue fazer esse tipo de trabalho deve se dedicar a carreiras mais introspectivas, como as da área contábil, por exemplo

» Tratar mal os colegas: essa prática leva a uma insatisfação geral e a um mal-estar na equipe, o que também prejudica o trabalho

» Impaciência extrema: a pessoa não dá tempo de amadurecer no cargo e quer sempre ganhar um aumento, ser promovida, sem nem sequer aprender as funções do cargo que exerce

» Atitudes passivas: tem excelente currículo, mas não participa das reuniões, é submisso demais, fica sempre em cima do muro

» Perfil reativo: essa pessoa nunca age, sempre reage. Esse é o funcionário que só reclama e, diante das críticas, só piora, fazendo uma espécie de fofoca entre os colaboradores

» Agressividade: há pessoas que querem tudo muito rápido e acabam sendo agressivas com os colegas de trabalho. Mas esse pode ser um ótimo perfil para a área de vendas, por exemplo. Obviamente se a agressividade for na dosagem certa

» Falta de profissionalismo: aqueles que chegam atrasados e não cumprem prazos

» Ser mentiroso: funcionários que matam uma tarde de trabalho para ficar no shopping, saem para resolver coisas pessoais e inventam problemas de saúde ou dão outras desculpas que uma hora serão descobertas

» Disperso: quem passa a maior parte do tempo de trabalho no e-mail, no YouTube, nas redes sociais e perde prazos importantes para a empresa

É POSSÍVEL MUDAR

Mas nem tudo está perdido para os profissionais que têm essas características. Basta que eles façam uma autoavaliação e consigam identificar seus erros a tempo de manter o emprego. “Não adianta culpar a empresa por tudo que dá errado. É necessário fazer também a própria análise”, diz Márcia Garcia. Nesse momento, vale conversar com o superior, pedir ajuda ao Departamento de Recursos Humanos da empresa ou até contratar o serviço de um coach, que é uma espécie de treinador do mercado de trabalho.

O coach está em empresas especializadas e tem um panejamento pontual, com prazos e metas para a mudança de comportamento. “Esse especialista coloca, de forma clara e direta, aonde as pessoas vão chegar com determinado tipo de comportamento. A partir daí, define uma estratégia”, explica a gestora em recursos humanos Leila Parreiras. Entre as perguntas mais usuais a serem respondidas por esses profissionais estão qual é o interesse do funcionário nesse ambiente de trabalho, aonde ele quer chegar, se está insatisfeito, como está o comportamento dele diante dos amigos, se consegue trabalhar em grupo, se ouve a opinião de outros sem se chatear. Somente a partir desse levantamento é possível identificar a origem do problema e tentar resolvê-lo.

Contudo, se a intenção é resolver o problema dentro da empresa empregadora, é possível fazê-lo mesmo sem a ajuda de um coach. Hoje, as companhias consideram os seres humanos como seu maior bem. Por isso, apostam neles, não querem perder os bons profissionais. Se o trabalho é bem visto, basta mudar as atitudes para se valorizar. “Se a pessoa investe em seus pontos fortes e tenta minimizar os fracos, as chances de crescer e ser bem-sucedida no trabalho aumentam potencialmente”, ressalta Eduardo Ferraz.

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