Privilegiar parentes e misturar as finanças da empresa com os gastos pessoais são alguns exemplos.

Quais são os principais erros na gestão de uma pequena empresa familiar? 
Respondido por Eduardo Ferraz, especialista em gestão de pessoas

As micro e pequenas empresas, no Brasil, geram mais da metade dos empregos com carteira assinada e, se acrescentarmos a participação dos empreendedores e seus familiares, teremos cerca de dois terços do total das ocupações no setor privado brasileiro. Apesar de sua enorme importância, muitas empresas de pequeno porte fecham as portas nos primeiros cinco anos.

Muitas empresas começam com um foco definido e depois de alguns meses passam a atuar em áreas que não têm absolutamente nada a ver com o negócio original. Isso acaba dividindo a atenção e prejudicando a melhoria do principal serviço ou produto da empresa.

Veja abaixo cinco erros comuns que se conhecidos e evitados pelo empreendedor podem diminuir as chances da empresa fechar.

1. Falta de planejamento
A falha mais comum é o excesso de improviso gerado pela falta de um planejamento básico. Muitos empreendedores confiam demais em sua intuição e atuam na base da tentativa e erro olhando apenas o curto prazo.

2. Privilegiar parentes
Empregar parentes é absolutamente normal e, muitas vezes, necessário por uma questão de confiança e diminuição de custos. O problema começa quando não há controle de horários ou cobrança por resultados. Isso causa perda de autoridade e dá mau exemplo para os demais funcionários.

3. Misturar finanças
Misturar as finanças particulares com as despesas do dia-a-dia da empresa costuma causar um total descontrole de gastos. É fundamental ter contas bancárias separadas, definir uma retirada mensal fixa e ter disciplina para não usar o caixa da empresa para fins pessoais.

4. Não ter experiência
Os empreendedores de primeira viagem deveriam estudar muito bem os mercados que pretendem atuar antes de abrir qualquer negócio. É comum empresários falidos dizerem que jamais entrariam no ramo se soubessem como funcionava ou que teriam agido de maneira diferente se analisassem melhor o negócio.

5. Mau atendimento
Pequenas empresas deveriam dar enorme importância à satisfação de seus clientes e isso muitas vezes não acontece com a desculpa de que um serviço de primeira custa caro. Na verdade, o maior custo vem do mau atendimento que acaba afastando os consumidores e prejudicando o desenvolvimento de qualquer negócio.

http://exame.abril.com.br/pme/dicas-de-especialista/noticias/5-principais-erros-das-pequenas-empresas-familiares

 

Quais são as indicações de livros para inspirar empreendedores? 
Respondido por Eduardo Ferraz, especialista em gestão de pessoas

A maioria sabe que o que realmente faz a diferença no resultado das empresas é ter uma equipe motivada e comprometida. O grande desafio, entretanto, é formar o time dos sonhos sem gastar muito, já que pequenos empreendedores normalmente não têm cacife para contratar “craques” consagrados. Para isso, sugiro algumas obras com abordagens muito diferentes, mas complementares que podem inspirar líderes a aprimorar a gestão de seus talentos.

1. Rápido e Devagar
O livro foi escrito pelo vencedor do premio Nobel de Economia em 2002, Daniel Kahneman. O autor explica, após quase 40 anos de estudos, que nosso cérebro tem dois grandes mecanismos de ação: o pensamento automático, que é rápido, intuitivo e emocional e o pensamento analítico, que é lento, lógico e racional.

Kahneman nos mostra que a compreensão do funcionamento dessas duas formas de pensar pode ajudar muito em nossas decisões sobre a gestão das pessoas, já que podemos aprender a tomar decisões baseadas em conceitos lógicos e não nos emocionais que costumam nos induzir a erros de avaliação.

2. Grandes decisões sobre pessoas
O autor, Claudio Fernándes-Aráoz, é diretor de uma das maiores empresas globais de “hunting”. Esse livro é uma abrangente fonte de consulta para gestores que gostariam de aprimorar suas habilidades técnicas na contratação. Tanto os conceitos teóricos como as práticas oferecidas ajudam bastante na tomada de decisões em empresas de qualquer porte, já que a análise sobre os acertos e erros cometidos por gente muito experiente certamente servirá como referência para quem lidera os processos de seleção e contratação.

3. Agassi
A autobiografia de Andre Agassi é uma narrativa ao mesmo tempo surpreendente e empolgante de como foi a carreira de um dos maiores tenistas de todos os tempos. Ele narra sua infância difícil, sua insegurança, a dificuldade em lidar com o sucesso e a depressão que quase o fez abandonar a carreira.

Fala como encontrou um novo propósito de vida e formou uma pequena equipe que o ajudou a voltar às quadras para, aos 29 anos, alcançar o feito histórico de ser o mais velho tenista a se tornar o número 1 do mundo. É uma história de superação, planejamento e ousadia que inspirará mesmo os gestores que não entendem do esporte.

http://exame.abril.com.br/pme/dicas-de-especialista/noticias/3-livros-para-inspirar-empreendedores-na-gestao-de-pessoas

A competitividade é um estimulante natural na caminhada rumo ao
almejado sucesso profissional. Porém, muitas vezes ela extrapola os limites e
prejudica a cooperação entre os colegas.

Uma dose de competitividade é saudável para o desenvolvimento
profissional. “A competição é natural e faz parte do mundo capitalista. O funil
do crescimento profissional é estreito e as pessoas precisam se destacar para
galgar novas posições”, diz Eduardo Ferraz, consultor em Gestão de Pessoas.

No entanto, sem um direcionamento adequado, a competição pode se
transformar em algo extremamente negativo. O colaborador que deixa a
competitividade de lado, por exemplo, não tem o estímulo necessário para buscar
a superação. Por outro lado, o profissional extremamente competitivo pode
provocar disputas ferozes no ambiente de trabalho.

Segundo Ferraz, a competitividade é positiva quando o
profissional joga com recursos éticos e dá o melhor de si. Por exemplo, uma posição
de gerente foi aberta. Haverá uma competição natural entre os possíveis
colaboradores capacitados para ocupar o cargo. As pessoas são diferentes e
obtém resultados diferentes, e quem apresentar os melhores resultados e, claro,
se enquadrar melhor no perfil, provavelmente ganhará a disputa.

No entanto, a competição profissional não deve virar uma disputa
irracional, com colegas focados em sabotar o outro ou mesmo ressaltando
possíveis falhas para tirar os concorrentes da frente. O foco principal da empresa,
que é o de entender e resolver as necessidades dos clientes, não pode ser
colocado de lado em prol de ambições individuais.

Quando a competição vira obsessão, todos da equipe têm a perder.
Afinal, a máxima do poeta inglês John Donne de que “nenhum homem é uma ilha
isolada; cada homem é uma partícula do continente” é extremamente válida no
ambiente profissional, já que a cooperação e o trabalho em equipe são vitais
para o sucesso da organização. “A linha entre cooperar e competir é o fio da
navalha. Quando os critérios da competição são claros e lógicos, o trabalho é
em equipe e vence o melhor”, afirma o consultor.

E como saber se você é competitivo na medida certa? “Por
tentativa e erro. Vale observar suas atitudes: você é egoísta e contribui para
um clima ruim no trabalho? Ou é muito bonzinho e todos ao redor são promovidos,
menos você? Os resultados mostram se a sua competitividade é produtiva ou não”,
aconselha Ferraz.

Para desenvolver uma competitividade produtiva, procure dar o
melhor de si em tudo o que fizer. Dedique-se à execução de tarefas e projetos,
mas destine parte de seus esforços e tempo também para aperfeiçoar suas
habilidades. Quantas horas de treinos intensos são necessárias para um jogador
de futebol realizar uma boa partida? Direcione o seu instinto competitivo para
ser melhor a cada dia. Os resultados certamente virão!