O autoconhecimento é a chave principal dos candidatos para evitar erros nas escolhas profissionais, segundo o consultor de gestão de pessoas Eduardo Ferraz, autor do livro “Seja a pessoa certa no lugar certo” (Editora Gente, 2013). A reportagem do Estado conversou com ele sobre esse tema. Veja trechos da entrevista.

Como uma pessoa pode aumentar suas chances de identificação com o trabalho?
Existem muitos livros de autoajuda dizendo que você pode ser qualquer coisa, basta querer – e essa é a maior falácia. Na verdade, temos uma estrutura de personalidade para sermos bons em muito pouca coisa, então temos de saber o máximo do que somos realmente bons e procurar trabalhar em cargos, empregos, funções, empresas e negócios que têm a ver com a base da nossa personalidade. Um tímido, por exemplo, nunca vai ser extrovertido, não adianta querer treiná-lo para ser um palestrante. Agora, ele pode fazer bons treinamentos para, quando tiver de fazer uma apresentação de meia hora a cada mês, conseguir se sair razoavelmente bem. Em outras palavras, se você é tímido, seja tímido 99% do tempo, não há problema. Há trabalhos e empregos em que ser tímido não é defeito, é qualidade. Por isso, o candidato tem de se conhecer.

A insatisfação no trabalho decorre do baixo nível de autoconhecimento ou da falta de pesquisa sobre o cargo e a função?
As duas coisas. Primeiro, há um autoconhecimento baixo, aliado àquela conversa de a pessoa poder ser o que quiser. Ela fala: “O trabalho é bom, a empresa é famosa, o salário é espetacular. Eu me viro”. E, na maior parte das vezes, não dá. Aí vem a segunda parte da fórmula que resulta na insatisfação. A pessoa não estuda nada a respeito da empresa antes de se candidatar. Na prática, não sabe como é a personalidade do chefe ou os valores da empresa: trata-se de uma companhia que cobra muito, tem pressão e um ambiente ruim, mas que paga muito bem? Ou é light, paga menos, mas dá estabilidade? Autoconhecimento dá trabalho. Você tem de fazer testes, checar hipóteses, pedir feedback. Tem de conhecer seus pontos fortes de fracos, conhecer bem os seus valores e comparar para ver se o que a empresa está oferecendo tem a ver, primeiro, com o seu perfil e, segundo, para ver se os valores são minimamente compatíveis com seu jeito de ser.

Como identificar valores das empresas se elas sempre tentam passar imagens positivas?
Uma das primeiras coisas que faço quando dou consultoria para organizações é dizer: “Pare de seduzir”. Em uma empresa que atendi, a pressão por resultados era altíssima, o presidente gostava de ligar para todo mundo nos fins de semana, de madrugada, em qualquer horário. Na época, eu disse para ele: “Você vai ter de contar tudo isso na entrevista”. E ele me disse: “Não, você está louco! Assim, eu vou eliminar 80% dos meus candidatos” É isso mesmo. Só vai ficar quem não se incomoda com isso. Na verdade, os valores da empresa estão descritos na “rádio peão” do dia a dia, ou seja, no que as pessoas que trabalham lá falam. Como um candidato descobre isso? Conversando com as pessoas e perguntando nas entrevistas de emprego. Algumas questões são cabíveis nas seleções, como: “Que horas vocês chegam e saem? É normal trabalhar no fim de semana? Quanto tempo, em média, uma pessoa do cargo levou para ser promovida?”.

Perguntar também mostra um pouco de quem a pessoa é…
Claro, eu fico absolutamente estarrecido quando, durante uma entrevista, eu abro a possibilidade para perguntas, e a pessoa diz que está satisfeita, que não tem dúvidas. Eu fico impressionado quando ela me aperta: pergunta como é o cargo, quanto tempo demora para ser promovido e quais são os critérios para aumento de salário. A pessoa, no entanto, tem de se conhecer, senão as perguntas não servem para nada. Eu repito: a prioridade da vida de qualquer profissional dos 18 aos 60 anos deve ser o de se conhecer bem. Você dá um show em uma entrevista se votem uma noção clara de quem você é – quais são os seus pontos fortes, onde você vai mal, quais são as características estruturais da sua personalidade (dominância, ou submissão, introversão ou extroversão, paciência ou impaciência, formalismo ou informalismo?), o que o motiva para trabalhar (é mais a grana, é mais a segurança do empregos, mais o aprendizado, mais a aprovação pessoal ou a autorrealização?).

E no currículo, a pessoa deve dar falar de sua personalidade?
Sim, deveria haver uma parte no currículo em que a pessoa pode colocar quais são as principais características de personalidade. No livro, eu coloco as minhas: eu sou um sujeito mais agressivo, mais dominante, mas sou introvertido, sou fechado. Sou impaciente e muito detalhista. Quem lê uma coisa dessas e procura uma pessoa mais sociável não vai me chamar. Qual é o problema disso? Quem me contrata o faz porque sou uma pessoa crica, e não porque sou amável.

O que fazer se as empresas não estiverem preparadas para tanta sinceridade?
Se a pessoa tem um bom histórico profissional e é muito boa, ela deveria dar graças a Deus de descobrir que a empresa não está preparada. Haverá outras oportunidades. Se ela está começando a carreira e não tem tanta coisa para mostrar por enquanto, pode falar menos e entrar na empresa para aprender, consciente dos riscos que está correndo. Claro que não vale a pena se a empresa for muito diferente dela.

http://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/2014/07/19/o-candidato-a-um-emprego-precisa-se-conhecer-bem/

Algumas oportunidades profissionais aparecem exatamente quando você não as está procurando. E isso é bom. O problema é ter que tomar uma decisão. Afinal, vale a pena abrir mão do trabalho que você ama para se arriscar em um novo percurso? Veja o conselho de Eduardo Ferraz, autor do livro “Seja a pessoa certa no lugar certo” em mais um dos vídeos de carreira.

http://exame.abril.com.br/videos/sua-carreira/fico-no-emprego-que-amo-ou-aceito-uma-nova-oportunidade/

Com o fim das férias, muitos brasileiros pretendem colocar em prática a promessa de ano-novo de deixar a colocação atual e procurar uma nova posição no mercado. Segundo pesquisa feita pela empresa de recrutamento e seleção Boucinhas Consultoria, 80% dos entrevistados querem mudar de emprego em 2014. Desses, 73% afirmam que têm o objetivo de partir nessa nova empreitada ainda no primeiro semestre (veja os gráficos). Entre os principais estímulos para a mudança de posto estão a busca por melhores salários e por planos de carreira mais atraentes. O momento de lazer longe do trabalho parece propício para se repensar a vida e as escolhas na carreira: outro levantamento, promovido pelo site internacional Monster.com junto a 1,2 mil visitantes entre julho e agosto de 2013, mostrou que cerca de 70% se dizem mais propensos a mudar de emprego após aproveitar o período de recesso.

A diretora de RH da Spot Soluções em Recursos Humanos Katiane Matos explica que, ao sair de férias, o funcionário ainda costuma sentir os efeitos do estresse e das pressões do cotidiano. Por conta dessas influências, as decisões nesse período devem ser tomadas de maneira racional e responsável. “Não se pode tomar decisões por impulso ou sem um direcionamento com o pé no chão”, afirma.

Escolhas calculadas
O desejo de trabalhar na área em que fazia graduação levou Jackson Greick, 25 anos, a usar as férias para trocar de emprego há cerca de cinco anos. Na época, Jackson atuava como caixa em uma farmácia e cursava ciência da computação. “Eu me senti aliviado ao sair de recesso, pois pensava em fazer algo relacionado aos meus estudos”, lembra Jackson, que encontrou a oportunidade para mudança ao se candidatar a um estágio em tecnologia da informação. “Fiquei lá durante um tempo e, ao verem o meu progresso, fui contratado. Acredito que as férias ajudam a refletir sobre aquilo que se quer”, diz.

Para o consultor de gestão de pessoas Eduardo Ferraz, quando a insatisfação com o emprego ficar definida, a procura por um novo posto de trabalho deve começar o quanto antes, mas com cuidado. “Voltou de férias e está decidido a mudar? A dica é: não faça isso imediatamente. Prepare seu currículo, consulte as ofertas existentes no mercado e só tome uma atitude quanto tiver certeza”, aconselha. Ferraz explica que a figura do profissional desempregado é menos atraente para outras empresas e que o ideal é dedicar, no mínimo, três meses para se preparar antes de pedir demissão. “Mudar demais também queima o currículo. Quem tem sete ou oito empregos em uma carreira curta, por exemplo, levanta suspeitas e é malvisto no setor”, avisa.

Certas atitudes são necessárias para manter o bom relacionamento com os antigos empregadores. A diretora de RH Katiane Matos lembra que o profissionalismo deve influenciar todas as atitudes nesses casos. “É preciso deixar claros os motivos que levaram a sair do local e explicar a situação sem agredir ninguém. Não se pode perder a razão, pois sair do trabalho é um risco calculado, até mesmo para manter as portas abertas para possíveis indicações”, diz.

Reflexão
Outro ponto a ser levado em consideração durante o período de descanso é a possibilidade de rever as prioridades de vida e escolher o que se deseja para o futuro. Devido a cobranças, a necessidades ou mesmo a falta de perspectiva a longo prazo, é comum tomar decisões com base em motivos superficiais, e que pouco condizem com a vocação de cada um. “O que motiva a continuar no emprego atual é ter objetivos, uma missão maior a atingir com aquilo que se executa. Quando o funcionário ainda consegue enxergar os objetivos ou os desafios na empresa, a chance de se sentir tentado a deixar a vaga é menor”, analisa Gilberto Guimarães, professor de liderança da Business School São Paulo (BSP).

Quando o profissional começa a julgar se realmente está no ambiente e no ramo certos para alcançar a carreira dos sonhos, o coach Monclair Cammarota lembra que é preciso considerar o caminho e o tempo a ser traçado para atingir as metas. “Além de se perguntar se está no caminho certo, é preciso se indagar se há condições, sejam elas financeiras ou pessoais, de continuar no processo”, completa. Segundo Cammarota, um dos desafios das atuais gerações é ter persistência e lidar com a espera para atingir os objetivos planejados.

Ainda de acordo com o coach, todo posto de trabalho possui situações desagradáveis que podem influenciar a permanência ou a saída do emprego e o profissional precisa ter bom senso para avaliar cada uma delas.

A procura por realização profissional e a oportunidade de ingressar em uma área em crescimento foram  responsáveis pela  decisão tomada  no ínicio do ano por Vinícius Lima, 22 anos. Formado em educação física, ele conta que, desde a metade do curso, tinha  interesse em trabalhar na área de gestão de esportes.”Apareceu uma chance  no Ministério do Esporte quando me formei na metade do ano passado, mas o processo seletivo é longo e, no meio do caminho, me tornei professor de tênis enquanto esperava assumir o cargo”, conta Vinícius. Quando foi selecionado no fim de novembro, ele estava para assinar contrato como professor integral da escolinha. Mas o ideal de ocupar um cargo na área de gestão foi mais forte. Para não deixar as quadras,  ele passou a dar aulas no período noturno e a trabalhar durante o dia no Ministério.

Saiba mais
O papel do empregador

Embora seja normal os funcionários usarem as férias para rever em a carreira, as empresas também precisam estar atentas para reter os talentos. Em pesquisa feita com 871 funcionários nos Estados Unidos e no Canadá pela empresa de consultoria Right Management, 83% dos entrevistados possuem como meta em 2014 trocar de emprego. Entre os fatores registrados, está a insatisfação com a chefia. A consultora em transição de carreiras da Right Management BR Sueli Aznar explica que os comportamentos para enfrentar esse problema devem levar em conta a educação corporativa, que deve englobar o estímulo do engajamento e a motivação dos indivíduos. “Todo ato de retenção de mão de obra tem de incluir a figura do líder, pois ele é o responsável por motivar e fornecer orientação ao funcionário”, enfatiza. Devido ao papel que a liderança exerce no bom relacionamento com a força de trabalho, Sueli esclarece que a formação dos chefes de equipe deve ser uma prioridade dos departamentos de Recursos Humanos. “Ele precisa estar presente para lidar com os empregados, fornecer alternativas e saber ouvir e encontrar soluções.”

Pense bem antes de mudar
Antes de colocar em prática as decisões pensadas durante o recesso, certas atitudes precisam ser levadas em conta para que o funcionário não se prejudique

Cuidado com os impulsos
Atitudes tomadas no calor da emoção têm altas margens de erro. Faça uma análise para entender qual é a origem real do problema. Seguir o impulso é válido quando há um sonho em jogo. Caso não dê certo, na pior das hipóteses, ao menos você tentou colocar em prática a vocação que acredita ter.

Avalie os prós e os contras da troca

Ficar desempregado atrai a desconfiança de quem contrata. Se decidir procurar um novo cargo, pesquise o que o trabalho pode oferecer. Caso o atual emprego ofereça oportunidades de crescimento e aprendizado, é bom ficar. Só mude se sentir estagnado ou se não se identificar com a função.

Seja profissional na hora de pedir demissão
Deixar o local de trabalho envolve lidar com os superiores. Se a raiz dos problemas parte da chefia, evite conversar sobre o assunto em momentos inadequados e planeje os argumentos para não perder o controle e manter a postura profissional e equilibrada.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/tf_carreira/2014/01/20/tf_carreira_interna,408704/ano-novo-carreira-nova.shtml

Dificuldades para se concentrar, desânimo, irritabilidade, depressão e ansiedade no trabalho. Se essas sensações soam familiares para você, cuidado: são alguns dos principais sintomas do estresse. Segundo pesquisa feita pela empresa de recrutamento especializado Robert Half, o profissional brasileiro apresenta os maiores índices de tensão entre 13 países avaliados. O levantamento contou com 1.775 diretores de recursos humanos, sendo 100 do Brasil, e mostra que cerca de 42% dos entrevistados afirmam conviver com funcionários que enfrentam esse problema. O número é muito mais alto do que a média mundial, que ficou em 11%. Lidar com a situação não é algo simples e pode exigir a busca por métodos de alívio da tensão, acompanhamento médico e até mesmo atitudes mais drásticas, como rever planos de carreira.

 

Para compreender os motivadores desse quadro de mal-estar, é preciso considerar as alterações que o mercado brasileiro enfrenta. Lucas Nogueira, gerente da divisão de Recrutamento Temporário da Robert Half, destaca que, a partir de 2008, novos investimentos e oportunidades, tanto nacionais como internacionais, modificaram as antigas dinâmicas das empresas e, com isso, surgiram desafios. “Antes da década de 2000, o Brasil não tinha uma gestão estratégica. Agora, em meio a outras expectativas e pressões, passamos por um período de adaptação às necessidades de um modelo em que precisamos utilizar melhor o tempo disponível de trabalho”, explica.

Presente em 52% das respostas dos diretores brasileiros, o excesso de serviço ocupa o posto de principal gerador de estresse e de ansiedade. Em seguida, vêm a falta de reconhecimento (44%) e as pressões econômicas (38%). Ao serem questionados a respeito de quais atitudes ajudam a reduzir essa sensação de desconforto, 60% acreditam que o trabalho em equipe é a solução, e 51% apostam na reestruturação de tarefas e obrigações no trabalho.

Nogueira enfatiza que a maneira de lidar com esses problemas passa por questões como o uso eficiente de ferramentas tecnológicas — conferências remotas, internet, possibilidade de trabalhar de casa, entre outras —, além do papel do gestor, de traçar metas e de desenvolver alternativas para minimizar o desconforto de longos períodos de expediente. “Quando há objetivos claros a serem executados e alinhamento entre as expectativas e as capacidades de cada um, os níveis de estresse caem”, garante.

Prejuízo pessoal

Embora os principais estimuladores de estresse e de ansiedade sejam os que envolvem cobranças por resultados e deveres relativos à empresa, dificuldades nos relacionamentos pessoais no trabalho também contribuem para o agravamento da situação. Pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente (Ipom), em 2013, mostrou que 38% dos 1,5 mil trabalhadores entrevistados acreditam que a convivência com chefes e colegas de serviço agressivos e mal-humorados é o principal causador do problema. A psicoterapeuta e presidente do Ipom, Myriam Duarte, confirma que as obrigações dos superiores vão além de otimizar o trabalho e coordenar as tarefas. “Eles são responsáveis por manter o ambiente agradável e funcional para o serviço. Hoje em dia, há muito medo de ser demitido ou de falhar, então, cabe aos líderes mediar os diálogos e o clima para que as pessoas possam lidar melhor uma com as outras”, esclarece.

Não é apenas durante o expediente que as sensações de desconforto e esgotamento se manifestam. Quando a vida pessoal foge de controle, os problemas podem ser carregados tanto para a empresa quanto para o cotidiano. A coach Ana Paula Barros explica que, antes de tudo, o profissional também sofre pressões na vida privada e a atitude de não prestar atenção a esse aspecto gera um ciclo de danos aos dois mundos. “Inicialmente, alguém que deixa o lado pessoal de escanteio pode parecer mais focado e disposto para a carreira, mas, com o tempo, o aproveitamento cai. Por outro lado, o indivíduo que não se sente realizado profissionalmente tem dificuldades para se sentir pleno na vida pessoal”, analisa.

A experiência de lutar contra o câncer levou Célia Resende, 55 anos, a mudar o comportamento diante do estresse no trabalho. Bancária há 21 anos, ela lembra que era comum perder a calma e o sono diante das pressões na carreira e na vida pessoal, até que, em 2009, o diagnóstico de câncer de mama a levou a repensar as prioridades. “Cinco cirurgias e meses de tratamento me mostraram que eu preciso me reeducar, pois o estímulo negativo era prejudicial para o meu caso. Percebi que precisava fazer algo para que isso não afetasse minha vida no futuro”, diz. Hoje, a bancária investe em exercícios físicos e em caminhadas para aliviar as tensões e manter o equilíbrio emocional. “Em um primeiro momento, posso até me aborrecer, mas meu esforço agora é voltado para não ficar doente nem me prejudicar”, conta.

O exercício físico, além de uma alimentação saudável, também foram algumas das soluções encontradas por Renato Paula da Silva, 36 anos, para lidar com as pressões recorrentes na carreira de medicina. Profissional da área há 14 anos, ele explica que o sofrimento com o estresse era algo corriqueiro e que o atrapalhava em casa e no emprego. “Era comum eu acordar com a sensação de cansaço e ter problemas para me concentrar nas tarefas”, relata. O novo comportamento de Renato logo mostrou resultados positivos. Em cerca de 10 meses, o profissional conseguiu reorganizar os ciclos de sono, e aprimorou o desempenho. “Meu rendimento no trabalho melhorou e até outras pessoas perceberam. Posso dizer que, agora, quase não me irrito, e isso tem sido muito bom”, afirma.

Repensar prioridades

Além de ser um problema comum entre os funcionários, os danos do estresse também podem atingir os cargos de maiores remuneração, como os de chefia. O consultor de gestão de pessoas Eduardo Ferraz lembra que isso é outro reflexo dos novos modelos corporativos do Brasil. “Antes, os cargos de liderança possuam oito níveis de hierarquia. Hoje, a média é de três. Por incrível que pareça, os níveis de estresse de um chefe chegam a ser cinco vezes maior”, descreve. As principais reclamações são as mesmas dos empregados: excesso de trabalho, quantidade elevada de horas na empresa e pouco reconhecimento.

A dica de Ferraz é avaliar o plano de carreira e as opções disponíveis para contornar os danos que o estresse causa ao comportamento no emprego. “Ter um plano B de carreira, algo para ser colocado em ação em dois ou cinco anos, como trabalhar em um cargo menor ou se tornar empreendedor, são alternativas. Entretanto, é preciso lembrar que isso pode envolver diminuição de ganhos”, esclarece o consultor, que reafirma que uma equalização da carga de trabalho é outro ponto essencial para promover o bem-estar no serviço.

“Quando há objetivos claros a serem executados e alinhamento entre as expectativas e as capacidades de cada um, os níveis de estresse caem”
Lucas Nogueira, gerente da divisão de Recrutamento Temporário da Robert Half

 

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ultimasnoticias_geral/33,104,33,90/2014/03/30/tf_carreira_interna,420287/nacao-de-estressados.shtml