RIO — Crise econômica, queda das vendas, perda de investimentos, excesso de pessoal, seja lá qual for a justificativa, quantos já não passaram ou ouviram histórias de pessoas próximas que foram demitidas de maneira inesperada. A surpresa, num primeiro momento, provoca revolta e principalmente perplexidade.

No entanto, afirma o consultor em gestão de pessoas, Eduardo Ferraz, uma demissão nunca deveria ser inesperada, já que, diz ele, sempre existem sinais claros quando a situação no trabalho não caminha bem.

— A grande maioria dos profissionais demitidos leva um susto e se sente surpreendida. Esta falta de percepção agrava ainda mais um problema que não é pequeno, já que se perde um tempo precioso até o profissional assimilar o golpe de ser mandando embora e se preparar para tentar a recolocação.

Ferraz afirma ainda que pessoas cotadas para demissão recebem alguns sinais, nem sempre explícitos, mas que deveriam ser analisados antecipadamente:

Profissionais que estão em alta são elogiados com alguma frequência, são chamados a participar de vários projetos e são cobrados por alto desempenho, inclusive com críticas. O primeiro sinal de alerta é quando a pessoa para de ser criticada e começa a ser ignorada.

A pedido do Boa Chance, Ferraz listou alguns pontos que são indicativos certos de que o profissional corre grave risco de ser demitido. Confira:

Resultados ruins – Ficar abaixo da meta por mais de seis meses significa sinal amarelo, principalmente se a maioria das pessoas da mesma área tiverem alcançado bons resultados.

Relacionamento ruim – Dependendo do cargo, não adianta ter um ótimo currículo e dominar a técnica, mas ter um relacionamento ruim com o grupo de trabalho. Pessoas individualistas acabam sendo mau vistas pelos colegas, o que gera um clima ruim para a pessoa permanecer no emprego.

Ser ignorado – Pior que receber um feedback negativo é não receber feedback nenhum, ser ignorado. Quando a situação chega neste nível, o ideal é chamar o chefe para uma conversa franca, perguntar em que áreas você precisa melhorar e se mostrar disposto para reverter este cenário.

Má situação financeira da empresa _ Conjuntura econômica ruim, aumento de dívidas, atraso no pagamento a fornecedores, maus resultados no balanço da empresa representam riscos óbvios.

Ficar muito tempo estacionado – Um profissional que não recebe aumentos, não é convidado para treinamentos e não recebe novos desafios, tende a se acomodar e acaba correndo sérios riscos de ser descartado.

Leia mais: http://extra.globo.com/emprego/cinco-sinais-de-que-voce-corre-risco-de-ser-demitido-13927520.html#ixzz3M4f1eoo2

É comum candidatos saírem de uma entrevista de emprego com dúvidas  porque não se sentiram à vontade para fazer perguntas. O consultor Eduardo Ferraz explica em quais casos o candidato pode, e deve, pontuar questões e também entrevistar o recrutador, em mais um dos vídeos de carreira:

http://exame.abril.com.br/videos/sua-carreira/posso-tambem-entrevistar-o-recrutador

Bonzinho? Democrático? Brincalhão? Qual a fórmula do sucesso para um chefe ser admirado pela sua equipe? É o que Eduardo Ferraz, autor do livro “Seja a Pessoa Certa no Lugar Certo”, explica em mais um dos vídeos de carreira:

http://exame.abril.com.br/videos/sua-carreira/como-ser-um-chefe-incentivador-sem-ser-chato

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GUSTAVO COLTRI

O autoconhecimento é a chave principal dos candidatos para evitar erros nas escolhas profissionais, segundo o consultor de gestão de pessoas Eduardo Ferraz, autor do livro “Seja a pessoa certa no lugar certo” (Editora Gente, 2013). A reportagem do Estado conversou com ele sobre esse tema. Veja trechos da entrevista.

Como uma pessoa pode aumentar suas chances de identificação com o trabalho?
Existem muitos livros de autoajuda dizendo que você pode ser qualquer coisa, basta querer – e essa é a maior falácia. Na verdade, temos uma estrutura de personalidade para sermos bons em muito pouca coisa, então temos de saber o máximo do que somos realmente bons e procurar trabalhar em cargos, empregos, funções, empresas e negócios que têm a ver com a base da nossa personalidade. Um tímido, por exemplo, nunca vai ser extrovertido, não adianta querer treiná-lo para ser um palestrante. Agora, ele pode fazer bons treinamentos para, quando tiver de fazer uma apresentação de meia hora a cada mês, conseguir se sair razoavelmente bem. Em outras palavras, se você é tímido, seja tímido 99% do tempo, não há problema. Há trabalhos e empregos em que ser tímido não é defeito, é qualidade. Por isso, o candidato tem de se conhecer.

A insatisfação no trabalho decorre do baixo nível de autoconhecimento ou da falta de pesquisa sobre o cargo e a função?
As duas coisas. Primeiro, há um autoconhecimento baixo, aliado àquela conversa de a pessoa poder ser o que quiser. Ela fala: “O trabalho é bom, a empresa é famosa, o salário é espetacular. Eu me viro”. E, na maior parte das vezes, não dá. Aí vem a segunda parte da fórmula que resulta na insatisfação. A pessoa não estuda nada a respeito da empresa antes de se candidatar. Na prática, não sabe como é a personalidade do chefe ou os valores da empresa: trata-se de uma companhia que cobra muito, tem pressão e um ambiente ruim, mas que paga muito bem? Ou é light, paga menos, mas dá estabilidade? Autoconhecimento dá trabalho. Você tem de fazer testes, checar hipóteses, pedir feedback. Tem de conhecer seus pontos fortes de fracos, conhecer bem os seus valores e comparar para ver se o que a empresa está oferecendo tem a ver, primeiro, com o seu perfil e, segundo, para ver se os valores são minimamente compatíveis com seu jeito de ser.

Como identificar valores das empresas se elas sempre tentam passar imagens positivas?
Uma das primeiras coisas que faço quando dou consultoria para organizações é dizer: “Pare de seduzir”. Em uma empresa que atendi, a pressão por resultados era altíssima, o presidente gostava de ligar para todo mundo nos fins de semana, de madrugada, em qualquer horário. Na época, eu disse para ele: “Você vai ter de contar tudo isso na entrevista”. E ele me disse: “Não, você está louco! Assim, eu vou eliminar 80% dos meus candidatos” É isso mesmo. Só vai ficar quem não se incomoda com isso. Na verdade, os valores da empresa estão descritos na “rádio peão” do dia a dia, ou seja, no que as pessoas que trabalham lá falam. Como um candidato descobre isso? Conversando com as pessoas e perguntando nas entrevistas de emprego. Algumas questões são cabíveis nas seleções, como: “Que horas vocês chegam e saem? É normal trabalhar no fim de semana? Quanto tempo, em média, uma pessoa do cargo levou para ser promovida?”.

Perguntar também mostra um pouco de quem a pessoa é…
Claro, eu fico absolutamente estarrecido quando, durante uma entrevista, eu abro a possibilidade para perguntas, e a pessoa diz que está satisfeita, que não tem dúvidas. Eu fico impressionado quando ela me aperta: pergunta como é o cargo, quanto tempo demora para ser promovido e quais são os critérios para aumento de salário. A pessoa, no entanto, tem de se conhecer, senão as perguntas não servem para nada. Eu repito: a prioridade da vida de qualquer profissional dos 18 aos 60 anos deve ser o de se conhecer bem. Você dá um show em uma entrevista se votem uma noção clara de quem você é – quais são os seus pontos fortes, onde você vai mal, quais são as características estruturais da sua personalidade (dominância, ou submissão, introversão ou extroversão, paciência ou impaciência, formalismo ou informalismo?), o que o motiva para trabalhar (é mais a grana, é mais a segurança do empregos, mais o aprendizado, mais a aprovação pessoal ou a autorrealização?).

E no currículo, a pessoa deve dar falar de sua personalidade?
Sim, deveria haver uma parte no currículo em que a pessoa pode colocar quais são as principais características de personalidade. No livro, eu coloco as minhas: eu sou um sujeito mais agressivo, mais dominante, mas sou introvertido, sou fechado. Sou impaciente e muito detalhista. Quem lê uma coisa dessas e procura uma pessoa mais sociável não vai me chamar. Qual é o problema disso? Quem me contrata o faz porque sou uma pessoa crica, e não porque sou amável.

O que fazer se as empresas não estiverem preparadas para tanta sinceridade?
Se a pessoa tem um bom histórico profissional e é muito boa, ela deveria dar graças a Deus de descobrir que a empresa não está preparada. Haverá outras oportunidades. Se ela está começando a carreira e não tem tanta coisa para mostrar por enquanto, pode falar menos e entrar na empresa para aprender, consciente dos riscos que está correndo. Claro que não vale a pena se a empresa for muito diferente dela.

http://blogs.estadao.com.br/radar-do-emprego/o-candidato-a-um-emprego-precisa-se-conhecer-bem/

O estudante de Administração Luiz Henrique Resende, tem apenas 20 anos, mas é presidente de uma firma com um faturamento de R$ 460 mil por ano. Se essa não fosse uma empresa junior, localizada dentro da PUC-RJ — especializada em Gestão e Comunicação —, talvez o jovem não estivesse tomando as decisões sem ter completado sua formação acadêmica. Mas é assim que acontece nessas instituições, onde alunos se tornam empresários e empreendedores.

— Você passa a acreditar que pode fazer qualquer coisa. Apresentei uma proposta de projeto de R$ 130 mil para uma multinacional — conta o aluno do quarto período de Administração de Empresas.

São essas experiências que enriquecem os currículos:

— O jovem que participa de uma empresa junior tem a possibilidade de ter experiências capazes de desenvolver capacidade de liderança, trabalho em equipe, oratória e negociação — explica a gerente de Desenvolvimento e Carreira da Cia. de Talentos, Bruna Tokunaga Dias.

Para isso, no entanto, é preciso fazer valer a pena, aconselha o consultor de carreiras Eduardo Ferraz.

— As empresas enxergam com bons olhos a participação nesse tipo de empresa, se o candidato provar que pôs a mão na massa. É muito positivo participar, aprender a fazer um planejamento estratégico, arriscar e empreender — diz.

Faturamento em alta

Atualmente, o Estado do Rio tem 21 empresas que fazem parte da Federação das Empresas Juniores do Estado do Rio de Janeiro (RioJunior). Segundo o presidente da entidade, Hector Muniz, de 22 anos, 600 estudantes passam por essas instituições a cada ano.

— A maior parte das empresas do Rio atua nas áreas de Engenharia e Administração. Participar de uma empresa júnior é um diferencial. Você tem uma antecipação de como funciona o mercado, e a chance de ser consultor ou presidente enquanto estuda — diz.

Em 2013, a empresa Fluxo Consultoria, da UFRJ, faturou R$ 200 mil; e a Meta Consultoria, da UFF, R$ 100 mil. Ambas são especializadas em Engenharia. A Cefet Jr. Consultoria, do Cefet-RJ, teve lucro de R$ 60 mil, atuando nas áreas de Engenharia e Administração. Para Hector, ainda há espaço para mais, e os estudantes devem aproveitar as chances e se capacitar. Cada empresa tem seus próprios processos seletivos.

Felipe Nóbrega, de 21 anos, estudava Engenharia na UFRJ quando ingressou na Fluxo Consultoria. Gostou de Marketing e foi parar na ESPM.

— Entendi o que queria fazer no futuro. Ganhei mais experiência e uma outra visão do mercado. Você é obrigado a aprender a liderar e negociar, e a ter responsabilidades — conta o diretor de Planejamento da empresa junior da ESPM, especializada em Marketing e Gestão de Negócios.