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A Sala de Emprego desta segunda-feira (17) mostra as oportunidades para quem não tem experiência e está em busca de emprego. A reportagem aborda dois perfis: o jovem que nunca trabalhou e pessoas que têm algum tipo de deficiência.

No último Censo, 55% das pessoas com deficiência estavam desempregadas. A lei de cotas que completa 10 anos este ano obriga as empresas a contratarem pessoas com deficiência. Dependendo do número de funcionários, a cota chega a 5% das vagas. Quem não cumprir, paga multa de até 1,7 mil por dia por vaga não preenchida. “Hoje existem muitas vagas, mas as empresas geralmente costumam ainda exigir pessoas só com determinado tipo de deficiência e isso acaba dificultando”, explica Marinalva Cruz, coordenadora do Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência (PADEF).

Em São Paulo, a Secretaria de Emprego oferece treinamento a pessoas com deficiência. O escritório de advogados Ferrareze Freitas usou o programa para contratar o auxiliar administrativo Wenderson Cardoso Lima Silva, que tem visão parcial: “A maior dificuldade vem do deficiente, ele pôr na cabeça que a gente procura e a gente corre atrás dos nossos objetivos. É só disso que a gente precisa, de uma oportunidade para poder se destacar”.

A advogada Lais Ayub, que contratou Wenderson, também vê vantagens no programa: “Nós encontramos pessoas que quiseram trabalhar e podemos ajudar pessoas que querem crescer com as próprias pernas”.

O estudante de jornalismo Elias dos Santos Oliveira não vê a hora de começar a trabalhar. Ele acaba de ser contratado pela Livraria Cultura uma das maiores redes país, e vai ter o emprego que sempre sonhou: “Eles querem contratar as pessoas com necessidades especiais, mas eles não valorizam a experiência. Aqui foi totalmente o contrário, eles valorizaram o que eu estava cursando, os meus objetivos, os meus interesses e a deficiência física era somente um detalhe”.

A Livraria Cultura tem 46 vagas abertas. “Nós fornecemos o ensino básico, mas as pessoas vêm com a dificuldade de não ter uma capacitação, então nós partimos do básico para poder desenvolvê-los e eu sinto também a dificuldade das experiências ruins, que a pessoa teve em outras empresas, a pessoa tem um pouco de receio de ingressar novamente no mercado de trabalho”, afirma Juliana Brandão, gerente de RH da livraria.

Fundação Dorina Nowill para Cegos também oferece um curso para deficientes visuais. O objetivo é treiná-los para que reconheçam os cheiros. “Ele sai daqui como avaliador olfativo, mas pode trabalhar em qualquer área da indústria de fragrância, desde um controle de qualidade, no marketing, em pesquisa de mercado, departamento, em laboratório”, explica Marcia Santana, coordenadora do curso.

As aulas duram um ano e agradam os alunos. “A gente não tinha noção que as fragrâncias eram produzias nas indústrias, a gente achava que as empresas é que faziam as fragrâncias. É um mercado que está crescendo muito e eu acredito que nós com deficiência visual vamos ter grandes oportunidades no mercado de trabalho”, afirma a aluna Maria Paula Vasconcelos.

Primeiro emprego

Os cursos de qualificação também ajudam jovens que nunca trabalharam a conseguir o primeiro emprego. A falta de experiência não é uma barreira definitiva para o jovem que quer uma vaga no mercado de trabalho. Dá pra superar isso aprendendo mais sobre as profissões, tendo noções básicas de práticas administrativas e de como se comportar em uma empresa.

Em dois anos, o estudante de 18 anos Wander Costa passou de alguém que mal sabia cozinhar a um requisitado preparador de sushis. Antes do curso terminar, ele já está empregado: “É uma área que nunca esperava que ia aprender a fazer, mas já faço algumas coisas em casa, até no próprio curso e vamos lá”.

No curso de rotinas administrativas, o que se ensina é muito básico, mas indispensável para um bom profissional. “Hoje eles entram na instituição sem aquelas dicas básicas para fazer uma entrevista, que é tirar um boné, a roupa que vai estar frequentando, usando gírias, então, a gente tenta reduzir isso, até tirar mesmo”, explica Renan Ferreira, articulador do curso.

 

http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/02/jovens-e-deficientes-fisicos-tem-oportunidades-de-emprego.html