O que um garoto à deriva, um caçador de recompensas e um ex-presidente americano podem trazer de útil para a sua carreira? Se depender dos roteiros que disputam a estatueta de melhor filme do Oscar 2013 a resposta é muito.

Após uma maratona pelas salas de cinema, perguntamos a especialistas em criatividade, recrutamento e coaching quais produções poderiam ser aplicadas ao cotidiano corporativo.

A conclusão é que dos nove filmes nomeados, pelo menos seis podem diretamente inspirar a sua rotina daqui pra frente. Confira:

1- Django Livre
O exemplo de Shultz 1:
 O personagem interpretado por Christopher Waltz (Dr. King Schultz) traz uma lição sobre como encarar situações complexas. “Ele não se exalta, tem um excelente humor”, afirma Marco Oliveira.

O exemplo de Shultz 2: Além disso, na opinião de Ferraz, o personagem interpretado por Waltz é tão elaborado que rouba a cena. Fato que traz outra lição para o mundo corporativo: “Nas empresas, muitas vezes, é um cara do terceiro escalão que faz a diferença”, diz.

2- As Aventuras de Pi
Maturidade:
 Fátima Motta, da F&M Consultores, encara o filme como a trajetória pelo mar da vida que todos temos que navegar rumo à maturidade. Entre as várias metáforas do filme, ela interpreta o tigre Richard Parker como o ego que jaz dentro de todos nós. “A gente amadurece na hora que conseguimos dominar nosso ego, desapegar das coisas que ele traz como o orgulho. Este tende a ser um momento muito profundo”, afirma.

Resiliência: Como você reage em situações de extrema tensão? Nos mais de 200 dias à deriva, o indiano Pi conseguiu sobreviver. “Ele encara aquelas situações de uma maneira fantástica”, diz Marco Oliveira, um dos autores do livro “Os filmes que todo gerente deve ver” (Editora Saraiva). E a persistência e resiliência de Pi devem ser exemplo no mundo corporativo também.

Competição boa: “O que manteve o personagem vivo foi o tigre”, diz Ferraz. “Às vezes, o que nos mantém vivos é o inimigo. O que nos impulsiona à frente é a concorrência”. No filme, o personagem teve que dormir com olhos atentos e foi isso que determinou a sobrevivência dele.

3- Os Miseráveis
Propósito:
 De acordo com Fátima Motta, um objetivo verdadeiro faz toda a diferença na vida de um líder. “Fica muito claro que o mocinho da história faz toda a diferença porque tem propósitos muito arraigados”, diz.

Olhar o todo: Por outro lado, “quando você lidera e não olha o todo, você mata inocentes”, diz a especialista. “A pessoa pode fazer atrocidades se ficar preso a valores que não fazem mais sentido”. Por isso, Ferraz pondera, é essencial colocar a sua missão dentro dos limites do bom senso.

Trabalho em equipe: “Quando o propósito é verdadeiro e maior, ele vai além dos objetivos individuais. Por ele, vale a pena morrer”, diz Fátima.

4- Lincoln
Em nome do resultado:
 De acordo com Pedro Grawunder, um dos autores do livro “Os filmes que todo gerente deve ver” (Editora Saraiva), a trama é um excelente exemplo sobre como lidar com pessoas que têm interesses diferentes dos seus. “Para ele, o que estava acima de tudo era trabalhar com pessoas competentes, não importava a rivalidade política”, diz. “O resultado era mais importante”.

Jogo de cintura: Outro ponto, segundo Eduardo Ferraz, autor do livro “Vencer é ser você” (Editora Gente), são as concessões feitas por ele e mostradas no filme. “Ele teve que fazer um monte de gambiarra para conseguir a aprovação”, diz. “No trabalho, mesmo diante de um objetivo nobre, você precisará de muito jogo de cintura para negociar”.

Dedicação: A performance do britânico Daniel Day Lewis, favorito ao Oscar de melhor ator este ano, também tem muito a ensinar, segundo Ferraz. “A dedicação do ator para incorporar o personagem é tocante.

5- Argo
Inovação:
 “O filme ilustra o lampejo de criatividade que levou o agente a ter uma ideia tão esdrúxula. Do ponto de vista da inovação, vale à pena aproveitar todos os lances desse agente na busca da credibilidade para sua ideia maluca”, diz Gisela Kassoy, especialista em inovação e criatividade.

Escanteio: Considerada uma das principais injustiças do Oscar 2013, a não nomeação de Ben Affleck para diretor também pode lembrar os profissionais de uma verdade do mundo corporativo: “Mesmo você sendo muito bom, às vezes, por questões de política, será deixado de lado”, diz Ferraz.

6- A Hora Mais Escura
Ética versus missão:
 O filme traz vários questionamentos sobre os limites de uma missão e a ética no trabalho. Segundo Pedro Grawunder, ao longo de toda a trama há a questão sobre o que é válido para capturar o terrorista. “Ela tinha uma missão e, para ela, isso era mais importante do que qualquer norma da organização”, afirma.

Impopular: Alguns críticos afirmam que exatamente por conta do tom crítico do filme há parcas chances de ele abocanhar a estatueta. AO mesmo tempo, a diretora não foi uma das indicadas. A lição disso para Ferraz? “Alguém sempre tem que fazer ações não populares na empresa, desde demitir até cortar custos”, diz. Exatamente como Kathryn Bigelow ao expor detalhes da caçada mais aclamada em território americano.

Conteúdo EXAME

http://revistaalfa.abril.com.br/estilo-de-vida/carreira/as-licoes-dos-vencedores-do-oscar-2013-para-a-sua-carreira/

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