Apresentar resultados favoráveis à empresa e ter convicção pessoal são alguns dos fatores que impulsionam a conquista
Conquistar um aumento de salário é desejo de muitos trabalhadores, embora a maioria nem chegue a tentar. A maior prova disso é uma pesquisa realizada pela empresa de recrutamento especializado Robert Half, que aponta que 45,6% dos brasileiros nunca solicitaram melhoria salarial junto ao chefe. Temido por grande parte dos trabalhadores, o pedido ainda provoca o anseio de construir uma imagem negativa do funcionário. Mas é preciso ficar atento a algumas dicas para não errar.
Quando trabalhava em uma empresa de transportes, Luiz Carlos Batista recebeu a proposta de mudar do setor de expedição para o de transportes. Ele, que já estava há dois anos naquela empresa, aceitou a mudança. Só que havia uma condição: o aumento salarial. E ele conseguiu. O aumento de 40% veio para Luiz assim como deve acontecer para outros brasileiros. No entanto, para se chegar a essa conquista, é preciso entrar com fatos. “Qualquer funcionário que queira ganhar um aumento deve deixar de lado a emoção: o chefe vai querer saber por que o empregado merece o aumento”, aconselha o consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz.
Ele explica que não basta apenas usar a razão, mas também deve ser analisado o contexto pelo qual a empresa passa: se o momento não é favorável e o corte de gastos se tornou prioridade, talvez seja melhor esperar. Autoconhecimento e convicção pessoal também são fatores cruciais para quem planeja conversar em busca de um aumento, segundo o consultor. Eduardo Ferraz avalia outro cuidado. “Deve ser analisado o perfil daquele que vai ter o poder de decisão. O ritmo da conversa e a forma pela qual os argumentos serão propostos devem convencer o chefe, afinal, é ele quem vai aceitar o recusar a proposta.”
Porém, o que leva ao consentimento do reajuste? O consultor garante que o medo de perder um funcionário qualificado é um dos motivos que fazem com que o chefe pense melhor na proposta. “Em Pernambuco, o crescimento da economia é superior ao nível nacional, o que tem diminuído o nível de desemprego. Em todo o país há uma grande dificuldade em se encontrar mão de obra qualificada. Esse problema aflige 70% das empresas brasileiras”, destaca.
A falta de mão de obra preparada, por outro lado, não dá margem para excessos. O funcionário precisa ter em mente que é preciso passar um tempo razoável na empresa antes de solicitar um salário melhor. O ideal é estar trabalhando na empresa há, pelo menos, um ano. “A partir daí, o que vai definir um novo reajuste são os bons resultados obtidos pelo funcionário. As empresas realizam pesquisas e, detectada a média do mercado, o funcionário pode receber entre 5% e 15%. Mas esse valor pode variar: depende do empenho do empregado”, diz o consultor.
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