74% recebem mais de uma proposta antes de aceitar o emprego atual.
Somente 26% dos funcionários do país aceitaram a primeira oferta.
Pesquisa desenvolvida globalmente pela Robert Walters, empresa de recrutamento especializado, revela que 74% dos brasileiros recebem mais de uma oferta de emprego antes de aceitar o emprego atual. O levantamento apontou que apenas 26% dos profissionais brasileiros aceitaram a primeira oferta, enquanto 13% fecharam com a segunda, 30% aceitaram a terceira, 9% a quarta e 22% somente na quinta oferta.
“Esse dado é muito relevante porque demonstra a confiança do candidato no mercado de emprego brasileiro. O profissional se dá a oportunidade de esperar por uma oferta que realmente o encante, seja pelo desafio, pelo pacote de remuneração ou pelo perfil da empresa”, afirma Frédéric Ronflard, diretor geral da Robert Walters no Brasil.
A pesquisa revelou que junto com o Brasil há apenas mais alguns países, como a China, onde 92% dos profissionais receberam mais de uma oferta, e a Coréia do Sul, com 91% de múltiplas ofertas.
A confiança do brasileiro parece estar melhor do que a média mundial: 35,1% aceitam na primeira oferta. O levantamento também apontou que os países com o maior índice das primeiras ofertas são Reino Unido, com 60%; Cingapura, com 59%; Nova Zelândia e Malásia, ambos com 52%; e Japão e Vietnã, com 50%.
“Apesar dos desafios da economia global, os resultados da pesquisa indicam que há uma escassez de talentos no mundo. As empresas sabem o valor de uma boa contratação e há uma grande demanda por profissionais com alta performance”, explica Ronflard. “Também notamos na pesquisa uma tendência grande das empresas em realizar contra ofertas para tentar manter os bons profissionais.”
Segundo o consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz, a pesquisa reflete a enorme falta de mão de obra qualificada no Brasil, já que a taxa atual de 6% de desemprego é baixíssima, e os profissionais com bom currículo sabem que podem recusar as primeiras propostas, pois virão outras cada ainda mais atraentes. “Quanto mais qualificada for a pessoa, maior será seu poder de barganha. Os bons profissionais também sabem que se mudarem de emprego com muita freqüência, isso acaba desvalorizando seu currículo, o que os faz serem ainda mais seletivos, trocando de emprego apenas com propostas quase irrecusáveis“, diz.
Eu me formo em dezembro de 2012 como Engenheira Química, recebi uma proposta de emprego com um salário abaixo do salário mínimo da categoria não na minha área. Acha que devo aceitar ou esperar me formar?