Será que as empresas estão erradas ou os profissionais é quem não estão preparados para receber um bônus?
A verdade, que vem como uma grande onda de água fria para acordar todos nós, é que o otimismo que carregamos, acreditando que tudo vai “cair do céu” é um vilão na carreira profissional. A crença extrema no favoritismo ou na sorte pode bloquear a percepção da realidade e ser a causa de muitos problemas. O consultor em Gestão de Pessoas com foco na Neurociência Comportamental, Eduardo Ferraz, revela que muitos empregados se julgam mais competentes do que realmente são, diminuindo assim a preocupação com a constante atualização profissional.
Nesse contexto, uma pesquisa realizada em mais de 200 municípios brasileiros apontou que 78% dos chefes de famílias participantes da pesquisa se sentem seguros com os atuais cargos e, destes, 35,8% estimam um crescimento profissional nos próximos seis meses. Mas os dados não conferem. A falta de mão-de-obra qualificada afeta 69% das empresas e, para driblar isso, 78% das organizações investem na capacitação necessária no próprio local de trabalho.
“O fato é que muitos profissionais deixam de se aprimorar em suas carreiras por terem uma autoavaliação distorcida”, reafirma o consultor. Na verdade, de acordo com a tese vencedora do Prêmio Nobel de Economia em 2002, do psicólogo Daniel Kahneman, as pessoas têm uma clara tendência de se acharem mais qualificadas do que realmente são.
Eduardo explica: “Esperar que o melhor aconteça em sua carreira, sem o devido esforço, é mera ilusão. Ninguém é promovido ou recebe uma proposta de trabalho maravilhosa apenas por sorte. Pensamentos positivos são importantes, mas ter atitudes realistas é essencial”. Ora, com um mercado de trabalho tão concorrido, as inovações devem ser feitas junto de muito estudo e suor. Colocar a mão na massa é de extrema importância para quem deseja vencer na vida.
E também, não é só profissionalmente que as pessoas se acham mais do que realmente são: “O ser humano é condicionado instintivamente a buscar o caminho mais fácil e tomar decisões baseadas no prazer imediato. Por isso tantas pessoas se endividam, cuidam pouco da saúde e deixam a carreira seguir por inércia”, conclui Ferraz.
E o pior é que isso só acarreta dificuldades, tanto para o indivíduo como para a empresa: “Por se julgarem mais competentes do que realmente são, muitos profissionais esperam por uma promoção, oportunidade de trabalho ou aumento de salário que não acontecem, gerando sentimentos de angústia, raiva e insatisfação”, afirma o consultor. Dessa maneira não produzem com tanta eficácia quanto poderiam e os dois saem perdendo.
O que fazer quando perceber que sua vida e suas percepções estão indo por esse rumo? Eduardo enfatiza: “Investir no autoconhecimento e ter uma análise clara de seus reais talentos faz uma enorme diferença. Aprimorar continuamente seus pontos fortes deveria ser a maior prioridade na vida de quem quer evoluir profissionalmente”. Sabemos da enorme concorrência que o mercado está enfrentando e das dificuldades no comércio. Várias empresas precisam contratar profissionais estrangeiros por falta de qualificação dos brasileiros. “Se você estuda, faz cursos de qualificação, aprimora seus talentos e é reconhecido por isso, seu otimismo na verdade é puro bom senso”, finaliza.
A dica está dada: deixar o orgulho de lado e começar a crescer intelectualmente. Cursos, especializações, pós-graduação, idiomas, a lista é longa! O currículo tem que ficar bem recheado para quando chegar a hora da mudança você ser o personagem principal e transformar o cenário da empresa. A sorte é só um dos lados da moeda.
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