O professor de administração em Harvard, Boris Groysberg, lançou recentemente o livro “Perseguindo estrelas” que trata da busca pelos chamados profissionais estrela – aqueles muito acima da média – fator fundamental para o aumento de produtividade das empresas. Ele ressalta que é comum procurar e fazer propostas a estes profissionais esperando que eles façam o mesmo excelente trabalho ao mudarem de empresa. No entanto, às vezes a mudança dá errado, e aquele que era considerado estrela acaba virando um cometa, pois não consegue brilhar por muito tempo, como ocorria no emprego anterior.
Fazendo uma rápida análise, isso acontece porque as culturas, valores e modo de atuação das empresas podem ser muito diferentes e quem é muito bom em uma determinada companhia pode ser um grande fracasso em outra, por tentar seguir o modelo anterior, que na prática muitas vezes servia para aquela empresa onde ele trabalhava e não na nova.É muito mais provável ter um alto índice de acerto, se a pessoa promovida for formada por anos, dentro de uma mesma cultura corporativa. Por isso, o melhor investimento de médio/longo prazo é preparar talentos, dentro da própria empresa.
Se, entretanto, sua necessidade é urgente e a decisão é a de contratar profissionais vindos de fora, seguem as seguintes sugestões para a seleção e o processo de adaptação de um novo contratado:
Invista tempo para conhecer a personalidade dos candidatos – Todo mundo deixa um rastro durante a vida e este histórico indica tendências futuras. Tudo o que uma pessoa conseguiu até agora e tudo o que espera conseguir é muito influenciado por sua personalidade. Portanto, é importante conhecer a personalidade dos candidatos a trabalhar em sua empresa.
Verifique se a personalidade do candidato é compatível com os valores da empresa – Apesar de a personalidade adquirir alguma maleabilidade com o passar dos anos, a estrutura (a base) continua sendo a mesma durante toda a vida. Por exemplo: se o candidato gosta de trabalhar sozinho e sua empresa valoriza o trabalho em grupo, não insista! O estilo dele continuará sendo o mesmo e a chance de conflitos será grande.
Identifique os pontos fortes. A inteligência e a eficiência de uma pessoa dependem de seu sucesso em tirar proveito de suas conexões mentais mais fortes. Analise quais são os maiores talentos do candidato e se estes talentos podem ser totalmente utilizados em sua empresa.
Posicione a pessoa onde ela rende mais. A genética e o ambiente geram um indivíduo talentoso à sua maneira, pela capacidade de reagir ao mundo de um jeito único. Depois da contratação, procure posicionar o novo colaborador onde ele possa usar seus talentos na maior parte do tempo. O perfeccionista gosta de organizar, o extrovertido de se relacionar, o dominante de comandar, o impaciente de acelerar.
Promova treinamentos consistentemente. Pessoas talentosas precisam de bons treinamentos para aprimorar mais rapidamente seus pontos fortes. Isso fará com que o novo colaborador entenda mais rapidamente os processos mais importantes da empresa
Ajude o novo colaborador a se ambientar politicamente. Os colaboradores mais antigos podem ficar um pouco enciumados com a vinda da alguém de fora. É fundamental que o gestor ajude a “quebrar o gelo” nos primeiros três meses, que costuma ser o período crítico de adaptação.
Estas seis ações darão a qualquer gestor, condições práticas de ajudar com que a estrela continue brilhando no novo emprego.
Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas há 21 anos e especialista em treinamentos usando como base a Neurociência comportamental. Acumula mais de 30.000 horas de experiência prática em empresas de vários segmentos. É pós-graduado em Direção de Empresas e autor do livro “Vencer é ser você”, pela Editora Gente.
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